segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Poison Ivy indica: Olga

- por Fer

Acho super válido assistir a filmes que relatam as décadas passadas e momentos históricos importantes para entender melhor o que você está estudando nas aulas de história. Além de ajudar a entender o contexto histórico da época, você fixa melhor o conteúdo, e isso com certeza irá te ajudar de alguma maneira. Sendo assim, assisti Olga nesse fim de semana, e estou sem palavras até agora.
Não sei quanto a vocês, mas eu geralmente tenho uma espécie de preconceito com os filmes de produção brasileira. Acho que isso acontece porque as histórias são, na maioria das vezes, fraquinhas. Mas, como tudo na vida, existe uma exceção. E esse é o caso de Olga. Nunca fiquei tão impressionada com um filme.

Olga é um filme brasileiro realizado em 2004 pelo diretor Jayme Monjardim, inspirado na biografia escrita por Fernando Morais sobre a alemã, judia e comunista Olga Benário Prestes. No filme, estrelam Camila Morgado como a protagonista, Caco Ciocler como Luís Carlos Prestes e Fernanda Montenegro como Dona Leocádia Prestes, mãe de Luís Carlos Prestes.
O filme retrata a história de Olga Benário, uma militante comunista desde jovem, de origem judaica, que é perseguida pela polícia e foge para Moscou durante o governo de Getúlio Vargas. Após fazer treinamento militar, ela é encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes ao Brasil, para liderar a Intentona Comunista de 1935. 
Olga, que se autodefinia como uma pessoa "dura e objetiva", acabou se apaixonando por Prestes na viagem. Desde então, descobriu-se como uma mulher repleta de sentimentos que não conhecia até então. Porém, a revolução que planejavam fracassou, e após tentativas frustradas de fuga, Olga é presa com Prestes. 
O que ela não sabia é que estava grávida de 7 meses. Após ser enganada pelo governo, achando que estava indo para um hospital receber atendimento médico, Olga é deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista e tem sua filha Anita Leocádia na prisão. Afastada da filha, Olga é então enviada para o campo de concentração de Ravensbrück, onde acaba morta em uma câmara de gás.
Olga foi um grande sucesso de bilheteria; 385 mil pessoas o assistiram apenas no fim de semana de estréia no Brasil. A obra também recebeu três prêmios no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema de 2005, mas teve recepção negativa das imprensas brasileira e alemã.

A produção é tão boa que em certas cenas você fica na dúvida se aquilo foi mesmo filmado no Brasil. Nas cenas na neve, por exemplo, foi preciso cobrir uma grande área com neve e gelo cenográfico. O único detalhe é que essas cenas foram gravadas no Rio de Janeiro, com seus 40ºC de temperatura. A atriz Camila Morgado (Olga Benário) precisou raspar a cabeça e ainda teve que emagrecer muito para fazer as cenas no campo de concentração.
Em suma, Olga é o melhor e o pior filme que eu já assisti na minha vida ao mesmo tempo. O melhor porque retrata os fatos históricos de uma forma tão impressionante que você acaba até esquecendo que as cenas não são reais, tamanha a intensidade das interpretações. E o pior porque eu nunca fiquei tão abalada com um filme. Quantas vezes a gente não fica procurando problema na nossa vida à toa, não é mesmo? Sendo que, na verdade, estamos mais do que bem. Para ser bem sincera, acho que todo mundo deveria assistir Olga pelo menos uma vez na vida. Se não for pelo interesse no lado cultural, que seja pelo choque de realidade que terão.

give me some poison, baby!


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