- por Fer
Já tinha ouvido falar de Anne Frank há algum tempo. Sabia que ela era judia, e que tinha escrito um diário durante o período em que sofreu nas mãos dos nazistas. Procurei pelo livro em sites de compras, mas ainda estava com aquela dúvida sobre fazer a compra ou não. Afinal, era apenas um diário... Mas depois de ler alguns quotes do livro na internet, tive a certeza de que precisava ler o conteúdo por inteiro. E assim, acabei por comprá-lo. Ainda não tive a oportunidade de lê-lo, mas acredito que farei isso o mais breve possível.
O Diário de Anne Frank foi composto pela então adolescente Anne Frank, no período que se estende de 1942 a 1º de agosto de 1944. Este poderia ser um diário escrito por qualquer garota de 13 anos, nos tempos atuais, com todas as inquietudes e preocupações de uma jovem, se ela não estivesse vivendo justamente em um dos contextos mais difíceis da história da humanidade, a Segunda Guerra Mundial.
Hoje de manhã, quando estava sentada diante da janela e olhando longa e profundamente para Deus e para a natureza, fiquei feliz, simplesmente feliz. (…) Enquanto as pessoas sentirem esse tipo de felicidade interior, a alegria da natureza, a saúde e muito mais, sempre poderão capturar essa felicidade. Riqueza, prestígio, tudo pode ser perdido. A felicidade em seu coração pode ser diminuída; mas estará sempre lá, enquanto você viver, para torná-lo feliz de novo. Sempre que estiver sozinho ou triste, tente ir para o sótão num dia lindo e olhar para fora. Não para as casas e telhados, mas para o céu. Enquanto puder olhar sem medo para o céu, saberá que é puro por dentro, e encontrará a felicidade outra vez.
Ela tinha apenas 13 anos e, de repente, viu sua existência sofrer uma transformação radical. Subitamente Anne estava vivendo com sua família e outros judeus, companheiros da mesma sina, ocultos em Amsterdam, na Holanda, na época em que este país foi invadido pelos nazistas alemães.
Em palavras singelas e de fácil entendimento, a garota narra a rotina desta pequena comunidade durante o período em que seus integrantes permaneceram refugiados no porão do gabinete em que seu pai trabalhara, para onde o grupo se dirige ao tomar conhecimento do destino que lhes estaria reservado se fossem capturados pelas forças da Alemanha.
Os pais somente podem dar bons conselhos e indicar bons caminhos, mas a formação final do caráter de uma pessoa está em suas próprias mãos.
Neste recanto abrigam-se a família de Anne – a adolescente, os pais e a irmã -, e a do Senhor Van Daan – ele, a esposa e o filho Peter, que se torna o melhor amigo da garota, e por quem ela se encanta cada vez mais. A autora deste diário registra a vivência destas pessoas sob a ameaça constante da morte e sua visão pessoal sobre este terrível confronto bélico.
Anne tem a ideia de escrever um diário que pudesse realmente ser publicado após ouvir uma transmissão radiofônica que incentivava as pessoas a documentar os eventos ligados à guerra, pois este material teria, futuramente, um alto significado. Ela inscreve em seus escritos tudo o que se passa no cotidiano dos fugitivos, inclusive sua notória predileção pelo pai, que considerava amoroso e nobre, ao contrário da mãe, com quem a menina estava sempre em confronto.
Aprendi uma coisa: você só conhece uma pessoa depois de uma briga.
Depois de tempos difíceis, oficiais da Gestapo descobrem o esconderijo, em 4 de agosto de 1944, prendem os refugiados e os conduzem para diversos campos de concentração. Neste mesmo dia o pai, Otto Heinrich Frank, recebe o diário da filha e, como é o único remanescente do período transcorrido como prisioneiro, luta pela publicação de seus textos, realizando finalmente o sonho de Anne. Com o auxílio da escritora Mirjam Pressler, ele alcança o seu objetivo e lança o diário em 1947.
Na primeira versão muitos trechos foram censurados pelo próprio pai, que tinha consciência do quanto seria controvertido, nesta época, divulgar os conflitos entre mãe e filha, bem como revelar aspectos da sexualidade emergente de Anne. Em edição posterior o diário foi publicado integralmente (comprei essa edição, que é a mesma da foto).
Tentei te esquecer, mas quanto mais eu tentava, mais eu pensei em você.
Anne morreu em pleno campo de concentração, em Bergen-Belsen, em fins de fevereiro de 1945. O Diário original está preservado no Instituto Holandês para a Documentação da Guerra. Os direitos autorais da obra de Anne estão reservados ao Fundo Anne Frank, localizado na Suíça, uma vez que Otto Frank faleceu em 1980.
A história de Anne já emocionou e ainda emociona a muita gente. E algo me diz que farei parte do grupo de pessoas que têm suas vidas mudadas por conta dos relatos dessa jovem de 13 anos.
Onde comprar: no Submarino, por R$32,90.
give me some poison, baby!
2 comentários:
Aproveitando o clima de 2ª Guerra Mundial, também tenho uma indicação de livro a fazer: A Sombra do Vento. Um romance/suspense narrado em Barcelona, Espanha, de 1945 (logo após a guerra)a 1955.
Lí o livro em 2009, quando achei ele perdido na estante de livros do meu pai, que nunca o leu. Me interessei pela capa e pelo título e acabei descobrindo o melhor livro que lí até hoje. Foi publicado em 2001 pelo escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón. Apesar dos mais de 7 milhões de exemplares vendidos, conheço pouquíssimas pessoas que já leram, mas todas que o fizeram concordam com a genialidade do autor.
É um livro fácil de entender, com uma história ótima, personagens cativantes...
É claro que, quanto à profundidade e ao valor histórico, nem se compara a um diário de uma judia morta em um campo de concentração, mas para quem procura um bom romance, sem frescuras "crepusculares" e aquele suspense que não te deixa largar o livro até chegar na última página, não existe escolha melhor.
Suas indicações são sempre bem vindas aqui no blog, Rafa! Depois que eu terminar com o meu pequeno estoque de livros não lidos aqui, vou procurar ele pra ler. :D Obrigada pela sugestão!
- Fer.
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