sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A chatice dos supermercados

- por Fer

Conheço pessoas que adoram ir ao supermercado. Principalmente quando é para fazer aquela peregrinação em busca do melhor preço. Particularmente, acho perda de tempo. Primeiro porque a compra que você faz em 45 minutos você vai levar 3 horas. E segundo porque o que você economiza aqui, gasta ali. Como diria minha mãe, é a tal da "economia pouca porcaria". Mas não estou aqui para comparar preços... Quero mesmo é falar sobre a ida ao supermercado em si.

Já reparou que toda vez que você entra num supermercado tem alguma pessoa na porta de entrada distribuindo panfletos que pedem arrecadações para a instituição tal? Pode observar! Cada semana é para um lugar diferente. E o pior mesmo é quando você se vê na obrigação de contribuir, geralmente por sair pela mesma porta que entrou. Mas tudo bem, você vai lá e começa a realizar as suas compras, lembrando de comprar um pacote de arroz a mais. 

Eis que, distraidamente, você encontra com algum conhecido em um dos corredores. Conhecido, não amigo. Quero frisar bem isso. Então você, num momento de extrema simpatia, fala "Oi". Dependendo do caso, manda aquele "Tudo bem?", sendo que você não está preocupado se a pessoa está bem ou não. Afinal, você está apenas sendo cordial. Só que a pessoa não percebe, e começa a te contar todos os problemas da vida dela: o empréstimo do banco que não saiu, o aluguel que tá atrasado, a tia que tá doente, o filho que não consegue emprego... E você com pressa. É chato? É. Mas agradeça se a conversa ficar só nisso. Nunca se sabe quando a pessoa vai lançar um interrogatório sobre a sua família em cima de você:
"E a vó? Tá boa?" - Tá...
"E a mãe? Trabalhando?" - Aham...
"E a tia? Melhorou? Soube que ela operou o apêndice esses dias..." - Ah, tá melhorandinho... (sendo que você nem sabia que sua tia tinha operado, veja só)
"E a escola? Tá estudando muito?" - Tem que, né? (dando aquele sorriso amarelo)
E assim ela continua, perguntando do papagaio, do cachorro, do gato, do vizinho... Até que ela se despede.

Como isso já te tirou uma meia hora, você começa a procurar pelas coisas que precisa desesperadamente, como toda pessoa atrasada faz. Só que, ao virar para o próximo corredor, adivinhe quem você encontra lá? Sim! Aquela mesma pessoa que ficou de papo fiado com você. Aí você não sabe o que fazer. Independente de a pessoa ter parado para conversar comigo ou não, nunca sei o que fazer quando a encontro novamente. Não sei de dou um sorrisinho, se balanço com a cabeça, se passo reto, se finjo que não vi... 

Já que aquela pessoa era apenas um "conhecido", você não tem tanta intimidade assim. Por isso que eu fiz questão de enfatizar isso no começo de post! Porque se você ficasse encontrando com um amigo nos corredores do supermercado, de 5 em 5 minutos, não haveria problema. Você mandava ele parar de te seguir ou ir embora do supermercado logo. Obviamente que num tom de brincadeira. Mas quando se trata de um conhecido, você não sabe o que fazer.

Eis aqui a chatice dos supermercados: encontrar com pessoas meramente "conhecidas". Você vai lá única e exclusivamente para fazer compras, não para encontrar com alguém. Mercado não é ponto de encontro! Ou você vai me dizer que alguma vez um cara (ou uma menina, se você for homem) já chegou pra você e disse: "E aí? Tá livre no fim de semana? Bora dar uma conferida no preço do contra-flé?" ?

Portanto, se algum dia você me encontrar no supermercado, finja que não me viu. Passe reto, mude o seu caminho, finja que está lendo as manchetes da revista, se esconda... Qualquer coisa. Só não vá puxar conversa comigo. Juro que eu não me importo!

Agora, sabe o que é pior ainda? Em função de tanta conversa fiada e de tanta correria para dar tempo de comprar tudo e voltar para casa, você vai se esquecer totalmente da arrecadação que te pediram na entrada do mercado. Ou seja: como se já não bastasse tudo isso, você ainda vai ter que aguentar a cara de alguém te julgando como uma pessoa egoísta e que não sabe o significado da palavra caridade.

give me some poison, baby!

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