O que fazer quando uma coruja aparece no seu jardim

- por Fer

A história que vou lhes contar ocorreu por voltas das 22h desta quinta-feira passada (25/11/2010). Para um bom entendimento: M refere-se à minha mãe, e F sou eu.

Eu estava na cozinha, com minha mãe, conversando distraidamente. Ouvimos um barulho estranho, um baque surdo.

M: O que foi isso? - Obviamente pensamos que tinha alguém no nosso quintal.

Minha mãe foi ver o que era. *searching for murderes* Olhou pela janela da cozinha... nada. Olhou pela janela da garagem... nada. Abriu a porta dos fundos... "Hm-Hm", e me olhou com uma cara de dó.

F: O QUE FOI MÃE? O QUE TEM AÍ?

M: Acho que é uma coruja, caiu aqui na calçada.

Meu primeiro pensamento: Tem uma coruja na minha casa! Finalmente chegou a minha carta de admissão em Hogwarts! Fui até a janela da garagem para vê-la. Nada de pergaminho, nada de carta. Droga. E então eu entendi a cara de dó da minha mãe minutos antes: a tal coruja estava deitada no chão, com uma das asas esticada. Certamente tinha caído de algum lugar.

M: Ih, morreu.

F: Não! Tadinha! É a primeira vez que eu tenho uma coruja na minha casa e ela está... morta?

Ótimo, tínhamos uma coruja morta no nosso quintal. E agora, o que se faz com uma coruja morta no seu quintal? Nunca tinha parado para pensar nisso até o devido momento. Mas eu ainda não estava convencida de que a coruja estava morta. Voltei a olhá-la e percebi que ela ainda tinha movimento cárdio-respiratório (o tórax dela ainda subia e descia).

F: Mão, ela tá viva!

Fiquei olhando aquele bichinho de penas brancas e marrons por mais um tempo, dessa vez para ter certeza de que ela estava viva. Voltei a conversar com a minha mãe para decidir o que fazer, ou o que não fazer, e de repente mais um barulho. A coruja se levantou e ficou sentada (ou em pé? whatever. aquela posição típica de coruja) na calçada... dormindo.

F: Bom, se ela está viva... Eu preciso tirar uma foto!

Fui correndo pegar a minha câmera, afinal, quando mais eu poderia tirar uma foto de uma coruja? Voltei, espreitei pela porta. Deixei um espaço suficiente para caber a minha câmera e tirei as fotos. Ôh coisinha fofa, viu? Minha vontade foi de ir até lá, pegar ela, trazer pra dentro de casa, cuidar dela. Mas achei melhor não. Não sei porquê, mas eu fiquei com medo daquele bichinho fofo. Vai que ela era uma espécie rara de coruja canibal e ía arrancar todos os meus órgãos com aquele bico? Nunca se sabe, né?

Pensei em pegá-la para mim, mas minha mãe não iria deixar. Digamos que não é comum se ter uma coruja de estimação por aqui, e tampouco eu tinha a estrutura adequada para criar uma. Como não havia mais nada que eu pudesse fazer por e para ela, voltei para ir tomar baho. Antes disso, falei com a minha mãe. Afinal, como uma coruja cai aqui, morre, ressuscita e fica ali dormindo? Criei uma teoria:

F: A coruja estava lá no telhado, dormindo. Se distraiu e caiu aqui na calçada. Ficou deitada por ali mesmo, continuando a dormir. Quando se deu conta do ocorrido, se levantou e voltou a dormir.

Minha mãe me olhou meio duvidosa, mas como não tinha uma teoria melhor, acabou aceitando a minha. Ou, pelo menos, não discordou. Por fim, chegamos à conclusão de que era melhor esperar ela acordar e diexá-la ir embora. "Para bem longe, se ela conseguir voar." Expliquei que era melhor que ela pudesse voar bem e tomar seu rumo. Imagina se ela acaba caindo no canil da Katy durante o voo? Katy, minha cachorra labrador de 2 anos, boa caçadora que é, pegaría a coruja.

M: Verdade! Imagina a quantia de penas que esse bicho tem? Éca. (risos)

F: Mãe! Estou falando da minha cachorra digerindo uma coruja na barriga! Não é engraçado.

Fui tomar meu banho. Quando terminei, fui ver a coruja, que não estava mais lá. Minha mãe me contou que ela se debateu um pouco depois voou, longe. Isso foi lá pelas 23h. Depois disso tudo, descobri que a coruma era da espécie Asio Clamator (google it), conhecida por "coruja orelhuda", comum na Améria do Sul.

É, foi uma boa visita. Curta, desastrosa, sem carta, mas boa. Sabe, eu simpatizei com aquela coruja...

gime me some poison, baby!