terça-feira, 27 de abril de 2010

O fim do paraíso?

- por Fer.

Maldito seja aquele que inventou os padrões. Maldito seja aquele que teve a péssima ideia de diferenciar as pessoas por critérios cada vez mais toscos e desnecessários. Afinal, quem precisava saber que o patrão seria o rico e o operário o pobre? Padrão de vida, padrão de comportamento. 

Durante todo o tempo que foi possível calcular, o que mais surgiu foram categorias em que os humanos ainda tendem a se auto-classificar. Ou você é assim, ou você é assado. Todos os tipos de diferenças estão entre esses grupos. O que o assado é, o assim não é. E vice-versa. Vivendo monótonamente entre esses dois mundos, você tem a sua escolha entre essas categorias, só essas. Até que então, alguém percebe o quão idiota está sendo se fazendo de assim ou assado, sendo que na verdade, ele quer é ser o frito.

Na sua, o frito nunca se pronunciou pelo seu verdadeiro estado, pois assim se descrevendo não pertenceria a mais nenhum dos grupos já existentes. Cansado de fingir ser o que não é, o frito passa a seguir sua verdadeira identidade e personalidade, rompendo todos os conceitos sobre o que ser ou não ser criados até então. O frito, coitado, primeiramente é excluído dessa sociedade conservadora e passa a viver sua vida revoltada sozinho, por ser considerado o diferente.

O tempo vai passando, e mais elementos dos grupos do assim e/ou do assado percebem que se identificam mais com o frito do que com o assim e/ou assado, e tendo em vista que não há nada de mais em ser frito, eles se tornam fritos também. Os mais conservadores, que não aderiram à nova categoria dos fritos, são então considerados os ultrapassados, e aí sim, viram a minoria excluída.

Padrões. Simplesmente padrões. A sociedade não se contenta em ser igualmente única e é por isso que a cada dia existem mais e mais divergências separando pessoas que, na teoria, eram para ser todas iguais. Não é o que você veste, nem a cor do seu cabelo ou o seu jeito de agir que vai te dizer o que você é por dentro. Personalidade. Uma palavra tão simples e ao mesmo tempo tão complicada. 

Acredito que já tenha passado da hora das pessoas se verem como iguais e aceitarem as condições dos outros sem criticar, não importando que condições sejam essas. É aquela coisa: chamar alguém de feio não te deixa mais bonito, chamar alguém de gordo não te deixa mais magro, chamar alguém de pobre não te deixa mais rico. Super clichê, mas ainda assim, verdade.

Não seria muito melhor se todos ainda vivêssemos no ~paraíso~, todos nus como Adão e Eva? Mas como sempre, tinha que existir uma cobra para espalhar a discódia entre as pessoas. E eu acho que a culpa da sociedade ter se tornado o que se tornou... foi toda da cobra.

give me some poison, baby!

Um comentário:

The thin white duke disse...

Mas como sempre, tinha que existir uma cobra para espalhar a discódia entre as pessoas.





...sei como é...