sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Bilionários por acaso: A Criação do Facebook

- por Fer

Eis um livro que narra os bastidores da tão famosa rede social que é o Facebook e do fim de uma amizade. Desta história o fim você já sabe, afinal o ícone da mão com o polegar levantado que tanto aparece em páginas da internet é um dos mais populares na atualidade. O começo também, já que a história da criação do Facebook pelo aluno de Harvard Mark Zuckerberg foi noticiada com espanto e curiosidade pela imprensa mundial. Bilionários por Acaso: A Criação do Facebook (Editora Intrínseca, 232 pags.), livro que foi lançado no fim de outubro no Brasil, tenta unir essas duas pontas ao contar como uma ação despretensiosa entre amigos se transformou em um site com mais de 500 milhões de usuários.

Antes mesmo de chamar a atenção para a narrativa central, a escrita de Ben Merich (autor do livro) fisga o leitor por mostrar como a ambiente de Harvard impulsionou a criação da rede. Muito além da atmosfera romântica exibida pelo cinema, as páginas revelam um pouco das tradições locais, da difícil e necessária entrada em clubes exclusivos, das festas sem animação e até das paredes descascadas que aumentam o clima de competição e melancolia.

Foi em uma dessas reuniões de alunos que o nerd com alma de homem de negócios, o brasileiro Eduardo Saverin, e o gênio dos computadores sem nenhuma habilidade social, o norte-americano Mark Zuckerberg, conversaram pela primeira vez e rapidamente se tornaram amigos. À primeira vista, o garoto engomadinho que queria ser aceito e o rapaz fechado de bermudas e sandálias podiam ter pouco em comum, mas os dois compartilhavam algumas características significativas, como a sensação de não se encaixar e a falta de talento com as garotas.

Mark Zuckerberg, o jovem criador do Facebook

Segundo o livro, o primeiro esboço do que viria a ser o Facebook nasceu quando o programador levou um fora e invadiu o sistema das diversas casas da universidade para reunir fotos de todas as alunas e criar um site no qual os homens poderiam escolher a universitária mais bonita. Mais acessada do que Zuckerberg poderia imaginar, a brincadeira vingativa teve que ser tirada do ar em pouco tempo e trouxe sérios problemas para seu autor. Ainda assim, colocou o rapaz em contato com os gêmeos Winklevoss, atletas endinheirados que procuravam um bom programador para lançar um site de relacionamento.

O contato não resultou da maneira que os gêmeos gostariam e Zuckerberg pediu a ajuda financeira de Saverin para fazer seu próprio site. O brasileiro embarcou com um investimento inicial de mil dólares para disponibilizar servidores e garantir o funcionamento da rede. Em alguns meses, o sucesso do então The Facebook já atraía investidores de fora da universidade e problemas para a amizade dos dois estudantes.

É inegável que a história de sexo, inveja, traição e muitos milhões de dólares escrita por Mezrich envolve o leitor em sua narrativa: é o tipo de livro que se devora em poucos dias. O grande problema é que apesar de conter o relato de Eduardo Saverin, que se sentiu traído pelo amigo e sócio, a trama não tem a versão de Zuckerberg, que não concedeu entrevista ao autor. Com isso, o perfume tendencioso tende a tomar conta – mesmo que a obra se utilize do depoimento de outros envolvidos (muitos pediram para ficar no anonimato), ações judiciais e em matérias de jornal para buscar sua isenção.

Chegada aos cinemas

A história de uma amizade desfeita por conta de um site popular que deveria aproximar as pessoas é o tipo de material que Hollywood não pode desperdiçar. “A Rede Social”, filme que estreia no dia 3 de dezembro em território nacional, tem seu roteiro baseado no livro “Bilionários por Acaso”.

Na versão cinematográfica dirigida por David Fincher (“O Clube da Luta”), que já arrecadou mais de US$ 80 milhões apenas nos Estados Unidos, Jesse Eisenberg vive Zuckerberg e Andrew Garfield, mais conhecido como o próximo Homem-Aranha, inerpreta Saverin. O cantor Justin Timberlake completa o elenco principal como o investidor Sean Parker, apontado como um dos responsáveis pelo rompimento entre os antigos companheiros inseparáveis.

 No alto, Eisemberg, Timberlake e Garfield e, abaixo, os homens que representam no cinema, Zuckerberg, Parker e Saverin

O filme A Rede Social é escolhido como o filme do ano pela crítica americana e levou ontem (quinta-feira 02/12) os prêmios de melhor filme, melhor diretor, melhor ator e melhor roteiro adaptado da Associação Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos.
"Achamos que este filme representa uma dramática história que continuará vigente ao longo do tempo e atrairá muitas gerações", afirmou no site dos prêmios a presidente da associação, Annie Schulhof.
Tanto o livro quanto o filme devem ser ótimos! Pretendo ler e assistir, mas enquanto isso, vejam o trailer:



Acho que vocês vão curtir...
give me some poison, baby!

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